Um dos resultados positivos relevantes do crescimento da indústria da construção naval no Brasil é a retomada da geração de empregos nos estaleiros. O metalúrgico naval é uma categoria que vem há mais de 10 anos vivendo um momento estável com o emprego em expansão anualmente. Atualmente são mais de 70 mil trabalhadores empregados, número que deve aumentar nos próximos anos até atingir cerca de 100 mil empregos.
Os empregos nos estaleiros tendem a ser estáveis e a permitir avanços profissionais com aumento dos salários. No passado, o metalúrgico naval foi uma categoria profissional de grande tradição. Os trabalhadores experientes eram identificados e disputados pelos diversos estaleiros. Essa tradição está sendo retomada nas regiões brasileiras onde existem estaleiros.
A forte participação do segmento de construção de plataformas de petróleo nos estaleiros especializados, muda um pouco as características de continuidade dos empregos, já que ao final da construção de cada plataforma um contingente de trabalhadores é desmobilizado para ser aproveitado, em seguida, em novo projeto.
O planejamento de encomendas da Petrobras está estruturado para evitar que exista grandes espaços entre uma contratação de plataformas e outra. Fato que pode ser notado com a assinatura, com a presença da presidenta Dilma, do contrato para integração dos módulos de produção das plataformas P-75 e P-77, trazendo uma perspectiva de continuidade das obras no polo naval de Rio Grande (RS).
Este ano de 2013, entraram em operação as plataformas Cidade de São Paulo, Cidade de Itajaí e Cidade de Paraty. Foram entregues e devem iniciar operações nos próximos dois meses as plataformas P-63 e a P-55. Estão previstas entregas das plataformas P-58, em outubro, da P-61, em novembro, e da P-62, em dezembro. Novas encomendas devem ser anunciadas em breve.
Ariovaldo Rocha
Presidente do SINAVAL – Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore
Artigo para o jornal O Fluminense