Conselho diretor do fundo setorial priorizou R$ 1,6 bilhão para construção dos 4 petroleiros e mais de R$ 7 bilhões para novos PSVs, OSRVs e RSVs. Prioridades de financiamento superaram R$ 10 bilhões
O Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM) aprovou aproximadamente R$ 10,5 bilhões em prioridades de financiamento para o setor naval, na 57ª reunião ordinária, realizada na semana passada. Desse montante, cerca de R$ 9,5 bilhões correspondem a valores priorizados para a atividade de construção naval. Os destaques desta rubrica foram R$ 7,3 bilhões para o segmento de apoio marítimo e R$ 1,9 bilhão para o segmento de carga — incluindo os 4 novos petroleiros da Transpetro. Outros R$ 305 milhões são destinados a obras no segmento de apoio à navegação.
No apoio marítimo, a Bram Offshore obteve duas prioridades: uma para construção de 6 OSRVs (combate ao derramamento de óleo) no valor de R$ 2,3 bilhões, e outra no valor de R$ 755 milhões, para a construção de 2 PSV-5.000 TPB (transporte de suprimentos). As duas demandas estão previstas para o Navship, estaleiro do grupo Edison Chouest em Itajaí (SC).
A Starnav recebeu prioridade para a construção de 4 PSV-5.500 TPB multipropósito, modelo multipurpose DBL Green Line Hyd-E, no estaleiro Detroit Brasil (SC), com valor total de R$ 1,4 bilhão. Já a Ocyan tem R$ 2,8 bilhões priorizados para a construção de 4 RSV-5500, no estaleiro Enseada (BA).
No apoio à navegação, foram priorizados R$ 247,6 milhões para a Petrocity Navegação relativos ao projeto de construção de 4 rebocadores 2.800 W, no Estaleiro Rio Maguari (PA). Outros R$ 30 milhões para a Portoágil Logística SPE estão associados à construção de uma balsa guindaste, no Estaleiro Rio Maguari (PA). O CDFMM aprovou ainda prioridade de R$ 27,3 milhões para a Quoos & Quoos Indústria Comércio e Exportação construir um empurrador fluvial de 2.800 HP e um empurrador fluvial de 1.200 HP, no Estaleiro Juruá (AM).
Transpetro
O destaque do segmento de carga foi a prioridade de R$ 1,6 bilhão, que correspondem a US$ 278 milhões, voltados para a construção dos 4 navios Handy para transporte de derivados claros de petróleo, os primeiros do programa de renovação da frota da Transpetro (TP 25). A previsão é que os cascos das embarcações sejam construídos no Estaleiro Rio Grande (RS), do grupo Ecovix, e finalizadas no estaleiro Mac Laren, em Niterói (RJ). As duas empresas consorciadas venceram a licitação da Transpetro e têm expectativa de assinar o contrato em janeiro de 2025.
No segmento de carga, o conselho diretor do FMM aprovou prioridade de R$ 156 milhões para a Cidade Transportes (CT LOG Transportes Ltda) fabricar 30 barcaças graneleiras com capacidade de carga de 3.000 toneladas, sendo todas as barcaças tipo racked, no Estaleiro Juruá (AM). A Quoos & Quoos Indústria Comércio e Exportação recebeu prioridade de R$ 127,3 milhões para a construção de 27 balsas graneleiras, 1 balsa de carga geral com 80 metros de comprimento e 1 balsa de carga geral com 50m de comprimento, também no estaleiro Juruá.
A Cianport (Companhia Norte de Navegação e Portos) obteve prioridade de R$ 66,7 milhões para a construção de 12 barcaças graneleiras com capacidade de carga de 3.500 toneladas, sendo 8 barcaças tipo racked e 4 barcaças tipo box, no DMELO Service Construção de Embarcações de Grande Porte. Também foram priorizados R$ 24,3 bilhões para a Belov Obras Portuárias construir 1 balsa em seu estaleiro na Bahia.
O CDFMM também aprovou R$ 465,1 milhões que envolvem R$ 247,6 milhões entre conversões e modernizações, R$ 156,7 milhões entre docagens, reparos e manutenção de embarcações, além de R$ 60,8 milhões para obras de infraestrutura portuária. Além dos novos projetos, foram reapresentados 20 projetos, totalizando R$ 2,1 bilhões, relativos a pedidos de extensão de prazo e alteração do estaleiro executor.
Conversões e modernizações
A Bram Offshore recebeu duas prioridades, uma envolvendo a modernização de 10 embarcações, sendo 1 AHTS (Mr. Chafic), 2 PSVs (Jack Edwards e Bram Buck), 2 RSVs (Bongo e Deborah Kay) e 5 OSRVs (C-Viking, CWarrior, Mr. Sidney, Ms. Virgie e Corcovado), no Navship (SC), com valor total de R$ 105,4 milhões. Outra, no valor de R$ 34,8 milhões, para a conversão de 2 PSVs (Bram Búzios e Roger White) em ORSV, também no Navship.
A Wilson Sons obteve prioridade de R$ 73,2 milhões para a modernização de 4 rebocadores (Alphard, Draco, Atria e Hadar), no estaleiro do grupo, no Guarujá. Para a OceanPact foram priorizados R$ 21,6 milhões para a modernização do PSV Ilha de Santana, no Estaleiro Dock Brasil (RJ) e R$ 3,9 milhões para a modernização do OSRV Fernando de Noronha, no Estaleiro Mauá (RJ). O conselho também aprovou prioridade de R$ 8,7 milhões para a Umi San, referentes à modernização da embarcação hidrográfica, Santa Edwiges, no Estaleiro Oceano Consultoria e Serviços Navais.
Docagem/Reparo/Manutenção de embarcações
A Bram Offshore conseguiu prioridade para o reparo de 8 embarcações, sendo 2 AHTS (Olin Conqueror e Bram Atlas), 2 OSRVs (C-Viking e CWarrior), e 4 PSVs (Santos Solution, Thor Supplier, Santos Sailor e Santos Supporter), no Navship, com valor total de R$ 76,7 milhões.
A OceanPact recebeu 5 prioridades, sendo uma de R$ 22,1 milhões para docagem do PSV Ilha do Mosqueiro, outra de R$ 14,3 milhões para docagem do AHTS-TO (Rochedo de São Pedro), outra de R$ 12,3 milhões para docagem do RV Ocean Stalwart e R$ 19,9 milhões priorizados para reparo, docagem e manutenção do RSV Parcel dos Reis. Esses serviços estão previstos para o Estaleiro Mauá (RJ). A outra prioridade, de R$ 4,7 milhões, compreende a docagem do OSRV Ilha das Flechas, no Estaleiro São Miguel (RJ).
A Posidonia Shipping obteve duas prioridades, sendo uma de R$ 5,1 milhões para a docagem da embarcação de carga Posidonia Bravo e outra de R$ 1,6 milhão para docagem do rebocador, Posidonia Orion. Os dois serviços estão previstos para serem executados no Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE).
Obras de Infraestrutura Portuária
O conselho diretor aprovou prioridade de financiamento para dois projetos de infraestrutura portuária. Um deles para a Portoágil Logística SPE construir um 1 terminal flutuante, no Estaleiro Rio Maguari, com valor total de R$ 35,6 milhões. A outra, de R$ 25,2 milhões, foi concedida para a Quoos & Quoos e é relativa à construção de uma balsa com moega para transbordo de carga e um sistema de fundeio para balsas, no estaleiro Juruá.